Alice em 3D

Sou um incondicional de Tim Burton, tinha que o dizer. Desde que me maravilhei com “Beetle Juice” (1988), continuei a surpreender-me com “Eduardo Mãos de Tesoura” (1990) e até “Marte Ataca!” (1996), que muitos atacaram na crítica. Sempre genial e inventivo, mais recentemente, depois do deslize do remake de “O Planeta dos Macacos” (2001), voltou aos grandes filmes como “O Grande Peixe” (2003) e “Sweeney Todd” (2007).

Desta vez, espera-nos um “family Burton” contratado pela Disney, num registo que deu os primeiros passos em “Charlie e a Fábrica de Chocolate” (2005). Quer isto dizer, apesar de algumas pitadas, o realizador sai do seu dark característico e se torna mais aceitável. [continua na secção CineMais da edição desta semana de «O Diabo»]



ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Título original: Alice in Wonderland
Realização: Tim Burton
Com: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Crispin Glover, Anne Hathaway
EUA, 2010, 108 min.
Estreia em Portugal: 4 de Março de 2010.
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Mensageiros

A guerra não é só o combate no terreno. É também tudo aquilo que a rodeia, a retaguarda e as suas consequências. É por isso que “O Mensageiro”, para além de um drama profundo, é um filme de guerra.

O sargento Will Montgomery (Ben Foster) é um herói condecorado, ferido em combate, que regressa do Iraque para descobrir que o exército americano lhe reserva, para os seus últimos três meses de comissão, uma função que não esperava. Cabe-lhe integrar a equipa que notifica familiares mais próximos dos militares mortos no conflito iraquiano. Acompanha o capitão Tony Stone (Woody Harelson), que lhe transmite as regras e procedimentos desta missão, insistindo na necessidade da distância e frieza, nomeadamente quando insiste que não pode haver contacto físico com os notificados. [continua na secção CineMais da edição desta semana de «O Diabo»]




O MENSAGEIRO
Título original: The Messenger
Realização: Oren Moverman
Com: Woody Harrelson, Ben Foster, Jena Malone, Eamonn Walker, Samantha Morton, Steve Buscemi
EUA, 2009, 105 min.
Estreia em Portugal: 25 de Fevereiro de 2010.
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Alix com o «Público»

O jornal «Público» iniciou hoje a distribuição de mais uma colecção de banda desenhada, em parceria com a ASA. Desta vez trata-se de Alix, de Jacques Martin, último dos representantes da escola de Bruxelas, falecido em Janeiro deste ano. O primeiro volume é "Alix o Intrépido", ao qual se seguirão mais quinze, sempre às quartas-feiras.

A Guerra de Hoje

“Estado de Guerra” não colheu grande adesão do público quando estreou, no ano passado, mesmo apesar do aplauso da crítica. Foram as nomeações para os Óscares, incluindo o de Melhor Filme, que despertaram as atenções para este filme de guerra realizado por Kathryn Bigelow. Foi desde logo apontado como favorito ao lado do sucesso comercial “Avatar”, de James Cameron, curiosamente ex-marido da realizadora. Este duelo entre o campeão de audiências, recheado de efeitos especiais, e o semi-independente, que se debruça sobre a tensão da guerra, acabou por ter um desfecho justo – a vitória de “Estado de Guerra”, que com esta arrebataria seis estatuetas douradas, de entre as nove categorias para as quais havia sido nomeado. [continua na edição desta semana de «O Diabo»]


ESTADO DE GUERRA
Título original: The Hurt Locker
Realização: Kathryn Bigelow
Com: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse, Christian Camargo, Evangeline Lilly
EUA, 2008, 131 min.
Estreia em Portugal: 17 de Setembro de 2009.
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Scorsese Alinhado

Quando penso em Martin Scorsese, ocorrem-me prontamente os magistrais “Taxi Driver” (1976), “Touro Enraivecido” (1980), ou “Tudo Bons Rapazes” (1990). Este realizador fez também filmes menos bons e alguns maus, surpreendendo recentemente com o excelente “The Departed – Entre Inimigos” (2006), que lhe valeu finalmente o óscar injustamente tardio. Mas, foi a pensar nas obras-primas que fui ver “Shutter Island”, com as expectativas bem altas. O resultado foi uma queda e pêras... [continua na secção CineMais da edição desta semana de «O Diabo»]

Brum do Canto na Cinemateca


Hoje na Cinemateca, na Sala Luís de Pina, às 22 horas, tempo para ver, em versão restaurada, duas obras de Jorge Brum do Canto, incluídas no programa de cinema português “Primeiras obras, primeiras vezes”: o filme mudo “A Dança dos Paroxismos”, de 1930, seguido de “A Canção da Terra”, de 1938. [Cinemateca Portuguesa: R. Barata Salgueiro, 39, Lisboa; tel. 21 359 62 00; www.cinemateca.pt]

Um deserto

“Homens que Matam Cabras só com o Olhar” podia ser o título de um filme afegão concorrente ao festival de cinema sobre transumância de Tashkent. Se assim fosse, nada havia a estranhar. Tratando-se de uma produção americana é, no mínimo, de desconfiar. Mas o elenco recheado de bons actores pode iludir. Os que caiem na esparrela – como eu –, são martirizados por hora e meia de uma penosa tentativa de comédia. E o pior de tudo é que o humor quando não tem graça é muito triste. [continua na secção CineMais da edição desta semana de «O Diabo»]

“O Signo de Rohmer”


Tem início amanhã o ciclo “O Signo de Rohmer”, que a Cinemateca dedica a este realizador, grande mestre do cinema francês, falecido no passado dia 11 de Janeiro, com o filme “Le Signe du Lion”, de 1959, às 21:30 na Sala Dr. Félix Ribeiro. O ciclo prolonga-se, pelo menos, até ao final do mês.

Cinemateca Portuguesa: R. Barata Salgueiro, 39, Lisboa; tel. 21 359 62 00; www.cinemateca.pt]