Nota sobre o Senhor dos Anéis

A trilogia cinematográfica The Lord of the Rings faz parte dos meus filmes de culto, mas devo esclarecer que não foi mais um filme...

Conheci J.R.R. Tolkien, através de O Senhor dos Anéis, por indicação de um amigo e colega do 1.º ano de Latim, isto no 10.º ano de escolaridade. Foi uma experiência maravilhosa entrar na Terra Média e conhecer todo um passado mitológico da Europa. Senti-me afortunado por viver toda aquela aventura e fazer parte de um mundo que começávamos a considerar nosso. É uma sorte ler Tolkien na adolescência, nessa idade das paixões, das descobertas, do tempo interminável... Lembro-me como, com esse amigo, estudávamos os apêndices genealógicos, cronológicos e históricos, bem como os sobre os calendários, as línguas e as raças da Terra Média. Aquele mundo existia em nós; existira, sem dúvida, num tempo perdido, próprio.

A forma como esta obra me havia tocado, criou a certeza da impossibilidade de uma transposição cinematográfica. Reforçada quando vi, tardiamente, a versão animada de Ralph Bakshi, datada de 1978.

Tudo isto explica porque, tantos anos depois, não fui ver The Fellowship of the Ring ao cinema, apenas os seguintes. Isto perante o espanto e a incompreensão da minha mulher e amigos, conhecedores da minha admiração pela obra do escritor inglês. Temia, claro está, pelo seu abastardamento, bastante provável neste mundo do “politicamente correcto”. Mas a minha renitência e desconfiança dissipou-se graças ao DVD do primeiro filme. Foi com grande agrado e alívio que verifiquei que, apesar de continuar a existir um Senhor dos Anéis só meu, o trabalho magistral de Peter Jackson concretizou um Senhor dos Anéis de todos nós.

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