Se não fosse o monstro...

Fui ver o filme Cloverfield, porque a minha mulher é grande fã das produções de J. J. Abrams, e devo dizer que o melhor foi mesmo a ida ao cinema juntos, que nos lembra sempre outros anos em que havia tempo para tudo.

Não gosto de cocktails, tenho sempre a sensação que tanta mistura serve para esconder algo, quanto mais não seja a falta de jeito ou inspiração. Este filme é exactamente isso. Um exercício de colagem que podia definir-se como um “Blair Witch Project/9-11”, com um cheirinho a Lost e umas salpicadelas de Escape from New York, Starship Troopers, Godzilla e King Kong, onde se desenrola uma tentativa de história de amor.

A favor do filme há, sem dúvida, o monstro. Se bem que eu, como apreciador incondicional de filmes clássicos com mostros, incluindo os Godzilla e Gamera série B, sou suspeito. Mas devo dizer que quando ouvi o som emitido pela criatura, perante as semelhanças com a “nuvem de mosquitos” que passa por monstro na série Lost, temi o pior. Felizmente o destruidor de Nova Iorque no filme está bem conseguido nas cenas monumentais, o que já não se pode dizer nos grandes planos. Bom está também o final, apesar de expectável, e serão com certeza interessantes as mensagens ocultas, para quem aprecie. Foi o caso do meu amigo Miguel Vaz, que me perguntou: Não gostaste? Nem por isso... Acho que merece no máximo duas estrelas (daquelas que se dão nos jornais) porque um filme onde um monstro gigante destrói uma cidade é sempre divertido.

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