Óscares 2011


A Academia estava muito preocupada com a baixa de audiências da cerimónia dos Óscares e foi algo que se notou da pior forma este ano. Numa tentativa de fazer uma coisa “jovem” escolheu como apresentadores James Franco e Anne Hathaway e encolheu a duração do evento, pondo actores a despachar, literalmente, a entrega dos galardões.

Para o ano há mais e espera-se que seja melhor (não é difícil). Mesmo para inovar, convém aprender com as boas lições do passado…

Derrotados
“A Rede Social”, com oito nomeações, venceu três, das quais Melhor Argumento Adaptado. Uma justíssima e esperada consagração do notável trabalho de Aaron Sorkin. Mesmo assim, com toda a expectativa criada e ao falhar a merecida melhor realização para David Fincher, é um perdedor.
“Indomável”, o magnífico ‘western’ dos irmãos Coen, com dez nomeações, ficou de mãos a abanar. É pena, porque este foi um dos filmes do ano com representações fantásticas do veterano Jeff Bridges e da jovem Hailee Steinfeld.

A xaropada “127 Horas”, com seis nomeações, também ficou a ver navios… e bem. Ainda que, como muitos disseram, a mera nomeação é por vezes um prémio. Se foi o caso, nem isso merecia.
Na animação, a segunda nomeação de um filme de Sylvain Chomet, o maravilhoso “O Mágico”, perdeu para o forte adversário da casa “Toy Story 3”.

Vencedores
“O Discurso do Rei”, foi o grande vencedor da noite. Apesar de só conseguir quatro das doze estatuetas para as quais estava nomeado, foi considerado o Melhor Filme, contra uma concorrência de peso, Tom Hooper conseguiu ser reconhecido como Melhor Realizador e Colin Firth como Melhor Actor, não esquecendo o prémio de Melhor Argumento Original para David Seidler.

“A Origem”, de Christopher Nolan, filme que sinceramente me desiludiu, acabou por ganhar quatro das oito categorias para as quais tinha sido seleccionado. Apesar de serem mais técnicas, não deixa de ser uma vitória.

No documentário “Inside Job – A Verdade da Crise”, um merecidíssimo reconhecimento do trabalho corajoso de Charles Ferguson sobre os responsáveis pela actual crise financeira.

Natalie Portman, contrariando certas críticas, venceu justa e esperadamente o Óscar para a Melhor Actriz, pelo seu desempenho em “Cisne Negro”. Foi a única estatueta das cinco nomeações deste filme de Darren Aronofsky.

“The Fighter – O Último Round”, acabou também por ser o vencedor dos papéis secundários. Premiando os belos desempenhos de Christian Bale e Melissa Leo. Curisoamente tiveram os melhores discursos da noite. O dele bastante sincero e o dela tão admirada que até soltou “the f word”, como dizem os americanos. [publicado na secção CineMais da edição desta semana de «O Diabo»]

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